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Tratamento Acústico para Studio de Gravação

                       

Como locutor e produtor independente, você vai construir seu Home Studio, comprar um monte de espumas acústicas, forrar as paredes. O som vai ficar ótimo, os vizinhos não vão reclamar e pronto, certo!? Errado! (não vou nem comentar sobre as caixas de ovo….) Muitos de nós já caímos nesse erro…Eu já tive um estúdio e uma sala de audição totalmente cobertos de Sonex ®.Com o tempo, treinamento auditivo e estudo sobre design acústico, percebi que existe uma diferença muito grande entre “tratamento acústico” e “isolação acústica”. E ainda, que cada um deles requer um projeto à parte, com peças acústicas diferentes, que vão muito além das espumas. Sem complicar o assunto, a função da espuma acústica (e suas variantes) é absorver as frequências altas. Simplesmente e unicamente isso. Ela pode ser usada como parte de outros tratamentos, para outras funções, mas deixemos isso para um outro tópico.Forrar uma sala de espuma significa filtrar os agudos do áudio e diminuir o tempo de reverberação das altas frequências. Se o resto do espectro não for tratado igualmente, teremos um som abafado, sem brilho, com falta de agudos. E excesso de reverberação nos graves / médios – que já são naturalmente pronunciados nas salas pequenas e médias.Tratar uma sala requer basicamente os seguintes passos (Por favor escreva para mais informações ou para um orçamento. Este artigo somente apresenta os principais passos de um projeto de tratamento):-� Ajustar o tempo de reverberação na totalidade do espectro, de acordo com a FUNÇÃO da sala. Fácil de conseguir nos agudos, mas não tão simples para os graves. Para absorver graves precisamos de estruturas grandes (área, profundidade) e corretamente projetadas.-� Minimizar os modos ressonantes da sala. Toda e qualquer sala possui frequências de ressonância, ditadas por suas dimensões e geometria. Estes modos são mais notáveis e problemáticos nos extremos graves. Quando o ajuste das dimensões não é possível, algumas frequências isoladas “falam mais alto” e precisam ser fortemente atenuadas com absorvedores sintonizados.-� Atenuar as reflexões primárias que causam efeito de� filtro-pente. Para tanto, podemos utilizar absorvedores nos pontos de reflexão (paredes, teto, piso) ou painéis defletores que joguem o som refletido para longe de nossos ouvidos. O controle das primeiras reflexões determinarão o IDG (Initial Delay Gap), que é o espaço de tempo entre o som que incide diretamente em nossos ouvidos e as reflexões que chegam com atraso. O IDG está intimamente relacionado com a sensação de espaço, volume físico, reforço sonoro e inteligibilidade.-� Controlar os ruídos internos e externos. Nesse caso, estamos falando principalmente de ISOLAÇÃO (ou isolamento) ácústico. Aqui também não há mistérios: isolar significa usar estruturas densas, pesadas, muita massa. E principalmente, vedar qualquer passagem de som por frestas e buracos. Nenhuma espuma conseguirá fazer isso. Novamente, os graves são mais difíceis de se isolar.-� Equilíbrio tonal, para tornar a sala o mais “transparente” possível à fonte sonora, seja ela ao vivo ou gravada.-� Simetria, pois temos dois ouvidos e tipicamente, dois monitores. Eles precisam soar iguais dentro da sala.

Pela lista, você pode reparar que mudar uma varíavel significa mexer em outras. Diminuir a reverberação dos agudos tende a diminuir a quantidade de agudos. Isolar uma sala retira área de trabalho e implica na disposição e simetria. Colocar muito tratamento para “equalizar” o ambiente pode diminuir excessivamente o tempo de reverberação (salas mortas, secas). O bom projeto acústico encontra um equilíbrio entre todos os fatores, explorando o potencial e as limitações da sala.

“Parece que isso foi gravado num banheiro cheio de espumas.”
“Como você descobriu?” – respondeu meu cliente.